"E Se Der Errado?"

Ansiedade e o Medo do Futuro

Desenho de uma moça com muitos pensamentos sobrepostos e confusos

A ansiedade, especialmente quando ligada ao medo do futuro, é frequentemente alimentada por um pensamento específico: "E se der errado?". Esse padrão mental está intimamente relacionado a uma distorção cognitiva chamada catastrofização, na qual a mente exagera possíveis cenários negativos, imaginando o pior resultado possível como inevitável.

Aaron Beck, pioneiro na terapia cognitivo-comportamental (TCC), descreve a catastrofização como uma das principais formas de pensamento disfuncional que perpetuam a ansiedade. Para Beck, esse tipo de distorção leva a uma percepção irrealista de perigo, amplificando medos e desencadeando respostas emocionais intensas desproporcionais à situação real.

A catastrofização também pode ser uma forma de sabotagem interna. Isto é, ao projetar cenários negativos no futuro, perdemos a capacidade de analisar a situação com clareza e encontramos dificuldade em tomar decisões racionais.

Quando nos perguntamos "E se der errado?", estamos essencialmente antecipando problemas que podem nunca ocorrer. Essa antecipação exagerada do sofrimento não apenas intensifica a ansiedade, mas também prejudica nossa habilidade de agir no presente.

Como Lidar Melhor com a catastrofização?

Uma estratégia prática é usar a técnica do questionamento socrático. Quando você se pegar pensando no pior, pergunte a si mesmo:

1. Qual é a evidência real de que isso vai acontecer?

   
   

2. Se acontecer, quais recursos ou soluções eu tenho para lidar com isso?

   
   

3. O que de fato está sob meu controle agora?

   
   

Esse exercício ajuda a desmistificar os medos e a redirecionar sua atenção para o que é possível realizar no momento.

Outro recurso útil é a prática de atenção plena ou mindfulness, que nos ensina a ancorar nossa atenção no presente, reduzindo a tendência de nos fixarmos em cenários futuros. Afinal, o futuro ainda não aconteceu, e o que importa é o que fazemos aqui e agora.

Ao desafiar a catastrofização e cultivar a presença, abrimos espaço para enfrentar o futuro com mais confiança e menos medo.